12 dezembro 2017

Vale a pena Ver

A minha querida Dream partilhou isto no blog dela.

Vale a pena ver!

O blog da Dream é este: sermaecomendometriose
Uma lutadora " contra"  a infertilidade.

UPDATE#3

Tenho andado desaparecida.
Basicamente não há nada de (muito) novo.
Em Novembro fui á consulta com a Drª M.
Cada vez mais digo que apoio psicológico faz falta.
Com a ajuda da Drª M consegui "ver" e perceber muitas coisas que até então não tinham qualquer sentido para mim.
Umas positivas, outras negativas, mas todas foram necessárias.
Não tenho dúvidas que tive sorte com a Drª M., que é sem dúvida uma excelente profissional.
A quem está neste ( doloroso) percurso da infertilidade , permitam-me o conselho: procurem apoio psicológico. Não temos que passar por tudo isto "sozinhas". Não nos tornarmos mais fracas por procurar ajuda.
Em Janeiro vais ser um mês em cheio: Psicologia, Psiquiatria e a consulta da decisão do Sim ou Não.
Se sei o que vou fazer? Não. Na consulta disse á Drª M o que realmente sinto: Não fazer mais nada. Já estou "cheia" de sofrer.
Ela só me " mandou" uma pergunta para casa: " Consegue viver com isso?"

Também não sei....

22 novembro 2017

Para a Vida Toda...

No Domingo fui pela primeira vez ver um jogo de Voleibol da minha sobrinha/afilhada.
A rapariga que ainda "ontem" nasceu já joga nos iniciados do Braga!O tempo voa...
Foi um jogo bastante renhido, mas ganharam por 3-2.
No final do jogo, veio direta a mim e deu-me um ( grande) abraço.
Naquele momento, em que lhe dei os parabéns pela vitória e recebi aquele abraço , percebi que é mesmo para a vida toda.
É um Amor para a vida toda, o que eu tenho por ela.
É um vazio para a vida toda, o que eu sinto, por nunca poder viver estes momentos com os meus filhos....Os meus olhos ficaram...Ali,percebi que o vazio causado pela infertilidade será mesmo para a vida toda!

19 novembro 2017

TEC - Sim ou Não?

Muitas vezes me perguntam porque não avanço com a TEC.
Neste momento não me sinto preparada para o fazer. Na verdade, não sei se algum dia estarei.
Nos últimos anos parei. Parei de viver, parei de me sentir mulher, parei de me sentir feliz.
Tudo era feito e pensado em função dos tratamentos e de todos os "ses" que dai advinham.
Resultado de tudo isto? Colapsei! Física e espiritualmente entrei num desgaste, do qual, nem eu me tinha apercebido.
Continuo a desejar um filho. O facto de não ter, continua a "cortar-me" por dentro todos os dias.
Todas as datas estão bem presentes na minha cabeça: A primeira FIV, o primeiro positivo, o primeiro Aborto, o segundo, o terceiro....Já passaram anos e parece-me tudo tão recente...
As probabilidades de a minha TEC resultar são as mesmas do que me sair o Euromilhões...
A consulta de Infertilidade é em Janeiro. O que farei? Não sei. Sei que, se fosse amanhã não avançaria com a TEC.
Em 2018 verei se tenho coragem para avançar...

" Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir."- Amyr Klink

12 novembro 2017

Dor " Natalícia "

Hoje fui ao shopping e percebi que já está "vestido" a rigor para o Natal.
Natal....quem me segue já percebeu que eu adoro a quadra que, nos últimos anos tem sido assombrada pelo "monstro" infertilidade.
Há 4 anos estava a iniciar a primeira FIV.
Na altura ignorava que era o início de muito sofrimento em busca de um sonho que se revelou impossivel de concretizar.
Na minha( feliz) ignorância, achava que tudo ia correr bem e que no Natal seguinte teria um filho nos braços.
Efetivamente, não o sabia ainda, mas no Natal de 2013 eu estava grávida. E foi o mais perto que tive de passar um Natal com um filho...
Hoje dei por mim a pensar: " Lá serás tu o Alf novamente. Aliás serás sempre o Alf. Serás sempre a que não tem filhos a desembrulhar prendas."
E dei por mim com as lágrimas a caírem (no meio do shopping).
O tempo passa. Há dias melhores e dias piores. Mas, este vazio nunca me larga.
Queria tanto ter uma receita milagrosa para "arrancar" esta dor de mim.






09 outubro 2017

UPDATE#2

Tenho andado desaparecida....Basicamente não há novidades.
Já passei por um batizado de família, um reencontro com a turma da universidade e aguarda-me outro batizado no Domingo. 
Não vou mentir, nestas alturas sinto-me a andar de montanha russa com tantos sentimentos á mistura: o coração cheio por estar com pessoas de quem gosto e o coração triste pela infertilidade que me assombra. Sinto-me um verdadeiro ALF caído do espaço.
Esta noite foi horrível. Dormi mal e no pouco tempo que dormi sonhei que tinha um filho.
Quando acordei e cai em mim, não consegui conter as lágrimas.
Os últimos dias têm sido dolorosos. Não sei explicar o porquê, não há nenhum motivo especial. Tenho pensado em filhos diariamente. Os carrinhos de bebé e as grávidas multiplicaram-se á minha volta.
Por muito que me custe, acho que estes sentimentos/pensamentos vão fazer sempre parte da minha vida.
Amanhã é dia de consulta com a Drª M.....





11 setembro 2017

O que me vai na alma..

Amei com todas as minha forças sem nunca vos conhecer.
O Amor não desapareceu.
Fiquei foi sem forças para lutar.

08 setembro 2017

UPDATE

Antes de mais quero agradecer todo o apoio que tenho recebido. 
Não respondi individualmente a cada comentário nos meus últimos posts.
O tempo tem "voado" mais do que o normal e não consegui.
No PMA a consulta ficou remarcada para Janeiro. 
Foi por opção minha que só foi marcada para 2018.
Até concordo quando me dizem que até fazer a TEC não terei paz. No entanto, esta não é a altura.
Vivi os últimos anos em função desta luta, permitindo que a Infertilidade me definisse enquanto Mulher e enquanto ser humano.
Não me arrependo nem por um segundo. Fiz o que o meu coração mandou. E é isso que estou a fazer neste momento: o que o coração manda!
Ao longo de toda esta luta sempre fiz um tratamento quando me sentia preparada para tal. 
Neste momento não estou preparada para fazer TEC. Não deposito grandes esperanças e avançar assim não é bom.
Sinceramente não acredito que as minhas esperanças no sucesso da TEC vão "subir" , mas pelo menos quero Eu recuperar.
Dizem que o tempo cura tudo. Neste caso já não me engano. O tempo nunca vai curar a tristeza e o vazio de não ter filhos.
Vai sim, espero eu, "ensinar-me " a (tentar) aceitar.



31 agosto 2017

Dois Anos Depois

O tempo voa...
Faz hoje dois anos que o mundo desabou sobre mim quando o Dr. Cristiano me disse " não há batimentos".
Quando se ouve uma coisa destas entra-se numa espécie de transe, e sair dele não é fácil.
Dois anos passaram, e lembro-me como se fosse hoje. 
Tenho a certeza que nunca irei esquecer. Há sentimentos que sei que nunca me irão abandonar. O de Injustiça é um deles.
Percorri um longo e árduo caminho nestes últimos anos. Na verdade, continuo a percorrer, apenas mudei de direção.
O que antes era uma luta para ser mãe, tornou-se numa luta de "aceitação" de que não posso sê-lo.
A quem andou, anda ou andará nesta luta desejo do fundo do coração que o desfecho seja diferente do meu.
Qualquer mulher ( a maior parte pelo menos) que não consegue ser mãe sente-se inferior, sente-se menos mulher. Pelo menos eu senti isso.
Na realidade, estamos erradas. Todas nós que passamos por isto somos Grandes Mulheres.
Todas nós que lutamos até ao limite ( e muitas vezes para além dele) das nossas forças para tentar ter um filho somos um exemplo de força.
Esta luta causou-me danos incalculáveis a nível psicológico.
Chorei muito ao longo destes anos. Chorei de alegria quando algo corria bem, mas acima de tudo de tristeza quando algo corria mal.
Tornei-me numa pessoa fria e distante de muita coisa que me fazia bem.
Tive fases de isolamento do mundo. Tive fases em que deixei de fazer o que gosto e com quem gosto.
É contra tudo isto que agora tenho de lutar.
Para quem anda nesta luta só posso aconselhar que não façam isso. Será difícil, mas nada neste caminho é fácil.
Não me esqueci que tenho 2 embriões. No entanto, acho que a Drª M tem razão quando diz que só irei fazer a TEC para "cumprir calendário".
Sei que deveria pensar que ainda pode correr bem. Mas não penso. Toda a minha história aponta noutra direção. A minha idade avança. São tudo fatores contra.
Neste momento, decidi que não faço TEC. 
Preciso de encontrar a minha paz interior, o meu caminho sem filhos.
Para o ano se estiver preparada farei. Ou não. Só o futuro dirá.

" Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar."

Nelson Mandela

29 agosto 2017

Por cá....

Hoje foi dia de Consulta de Psicologia.
Sexta será a "vez" da Psiquiatria.
Dia 6/9 será dia de consulta de PMA.
A Dra. M continua a ser, sem dúvida alguma, uma querida e que acima de tudo me tem ajudado muito.
A conversa flui e passam 1.30 minutos a voar.
Hoje foi a consulta em que menos lágrimas houve.
Quando me questionou se eu já estava a interiorizar o facto de viver sem filhos eu respondi prontamente que não. Gostava, quero, mas está a ser difícil.
Contei á Dra. que quando recebi um convite para um batizado o meu primeiro pensamento foi " Mais uma festa em que só tu é que não vais ser mãe de alguém."
Quando o meu inconscientemente "pensa" assim mostra-me que ainda tenho muito para interiorizar.
Ando ( estupidamente) resistente a tomar os antidepressivos. Tenho um pavor enorme de ficar viciada.
Confesso que me apavora tomar a medicação e fazer a TEC. 
Até agora sempre estive de "bem comigo" , sempre com a consciência tranquila que fiz tudo o que podia para tudo correr bem. Fazer a TEC a tomar antidepressivos tenho a certeza que iria ser uma sombra ( um fantasma) na minha cabeça e que me iria culpabilizar pelo insucesso ( que pode ocorrer).
Perante tudo isto e com o aconselhamento da Dra. M , decidi que na consulta de PMA vou pedir nova marcação só para o próximo ano.
Não me sinto preparada para avançar com a TEC. Por muitos e variados motivos sinto necessidade de primeiro  "cuidar " de mim. Tenho que "arrumar" a minha cabeça para ter capacidade para lidar com a avalanche que "caiu" sobre mim nos últimos anos.
A avalanche chamada Infertilidade. 


"Não viva no passado , não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente."


Sakyamuni

17 agosto 2017

O antes e o depois...

"Hope and expectation precede each round of treatment. If the treatment fails, hope and expectation are quickly replaced by despair and depression."
É mesmo isto que sentimos: o antes e o depois de um tratamento falhado.
Um artigo interessante. A infertilidade "falada" por um homem ( raro acontecer).

https://www.irishtimes.com/life-and-style/health-family/parenting/when-they-told-me-i-was-infertile-i-was-consumed-by-shame-1.3180573?mode=amp

11 agosto 2017

(Tentar) Aprender a viver sem..

11/08/2015: Faz hoje dois anos que tive o meu 3º ( e último) positivo.
Quando abri o mail e vi 536.00 o meu coração saltou. Sabia que era um valor ótimo.
Dois dias depois vi 1526.00 e 7 dias depois 6425.00.
Parecia estar tudo a evoluir dentro da normalidade.
Mas mas não correu bem.
Dois anos passados e ainda não curei as feridas. Na verdade, tenho sérias dúvidas se algum dia isso vai acontecer.
Hoje recebi um convite para um batizado. 
Dei por mim a pensar: mais uma festa em que só tu é que não és mãe de ninguém....
Para mim, o tempo não tornou a dor menor. Gostaria de dizer o contrário, mas estaria a mentir.
Aprendi a abstrair-me das conversas. Senti necessidade de o fazer.
Quando a conversa num grupo fica a girar em torno dos filhos, eu não aguento.É dor a mais para mim.
Tenho que " deixar de ouvir" e "viajar" para longe. Nesses momentos sinto-me a explodir. Sinto que a tristeza e a raiva se vão juntar e me vão "rasgar".
Ninguém tem culpa. Na realidade, ninguém tem de deixar de falar das alegrias que os filhos dão só porque está uma infértil presente. Mas eu não aguento.
Pensei que o tempo diminuiria a dor, mas na realidade não.
Nada vai preencher o vazio que sinto por não ter um filho.
As portas fecharam-se. Os tratamentos acabaram e a adopção foi uma porta fechada antes de ser realmente aberta.
Sinto, e sei que não estou errada, que ninguém entende esta dor. Quando digo ninguém, incluo também o meu marido.Por muito que ele queira um filho comigo, o vazio não é o mesmo.
Ele tem histórias para partilhar, ele tem quem lhe chame Pai.
Na realidade, nem eu sei explicar a "dor" permanente que sinto. Depressão reativa é o termo clinico ( segundo a Psicóloga). 
Seja qual for o nome , doi muito. E já percebi que me vai doer para sempre.
Com a infertilidade tornei-me revoltada.
Não aceitei até hoje ( e duvido que algum dia aceite) esta injustiça. 
Estou apenas a (tentar) aprender a viver com a injustiça....e sem filhos....
O tempo ( não ) cura tudo.

17 julho 2017

Nada de Novo...

Não tenho escrito neste cantinho porque basicamente não há nada de novo...
Amanhã nova consulta de Psicologia, na Quinta nova consulta de Psiquiatria...
Hoje de manhã dei por mim a pensar que há 2 anos por esta altura andava na "luta" para fazer TEC.
Andei meses para conseguir fazer, porque cancelaram 2 vezes a transferência.
Há 2 anos atrás ainda tinha esperança que iria conseguir ter um filho.
Hoje, olhando para trás, vejo que gastei todas as minhas energias nessa luta.
Não me arrependo. Mas, sem dúvida que me afetou, e muito, enquanto pessoa.
Uma das coisas que mais me entristece na Infertilidade é que ninguém nos compreende.
Ninguém faz a mais pequena ideia do quanto tudo isto nos aleija.
Neste submundo da Infertilidade um abraço vale mais do que mil palavras.
Sentir que temos alguém ao lado que nos apoia, nos compreende e está ali para nos "aturar" cada vez que nos apetece chorar.
Sem isso, torna-se uma luta ( ainda mais) cruel e solitária.

08 julho 2017

Nostalgia

Escrevo este post "no meio" de um churrasco de primos.
Adoro e sempre adorarei a minha familia.
No entanto, é inevitável a nostalgia que me assombra...só ouço : " pai, mãe,filho, filha..."
Sou a única que não ouço nem digo estas palavras...
É nestes momentos que percebo que a infertilidade me fará sofrer sempre...
É nestes momentos que percebo que serei sempre " diferente".
Não me sinto excluida. Mas, eu sinto-me diferente...

29 junho 2017

A diferença entre ter ou não...Dinheiro

Infelizmente, neste mundo da Infertilidade ter ou não dinheiro pode fazer muita diferença.
Entro no facebook e deparo-me com uma foto do Cristiano Ronaldo com os seus filhos.
Se eu tivesse dinheiro também recorria a Barriga de Aluguer.
Tal como a doação de Ovócitos, este não é um tema consensual, mas eu, se tivesse meios recorria a Barriga de Aluguer.
Poderia, ou não , ser a minha tábua de salvação.
Mas, como não tenho meios para, fico-me pelo sonho.
O sonho desfeito de um dia ser mãe....
Eu gerar um filho já se provou impossível.
Barriga de aluguer : impossível.
Adoção: Opção eliminada. Longas listas de espera aliado ao facto de que , apesar de o marido não o assumir, sinto ( do fundo do meu coração) que não está aberto a isso.
Porquê? Não sei. Nunca conseguimos levar a bom porto uma conversa ( sempre iniciada por mim) sobre o assunto.
Sonhos desfeitos que continuam a "doer".


26 junho 2017

Noticias Boas

Andei desaparecida, mas sempre a acompanhar a luta das outras meninas.
Hoje, quando li que uma delas teve um positivo fiquei (muito) emocionada.
É tão bom ver que nesta luta há finais felizes.
Só estas boas noticias nos fazem acreditar que nem tudo é injusto.
Um beijinho muito grande para ti minha querida e desejo-te uma santa gravidez!

Viver com 40

Tenho andado desaparecida....
O trabalho tem sido muito.
Entretanto já fiz 40 há quase 2 semanas.
Foi um dia em que inevitavemente me lembrei do "peso" que a idade acarreta.
Mas foi um dia bom, de comemoração com os amigos mais próximos e a família.
No que toca á Infertilidade continua tudo na mesma.
Não adianta vir para aqui escrever que estou a  aceitar melhor porque não estou.
Qualquer jantar de amigos é inevitável que a conversa passe por " A minha filha isto...O meu filho aquilo....". Todos têm filhos, meu marido incluído. Todos têm histórias e alegrias para partilhar. 
Eu sou e continuarei a ser a única " Estranha" que fica calada porque não tem histórias para contar.
Dói Muito. Aliás, acho que cada dia que passa me dói mais.

09 junho 2017

Consulta de Psiquiatria

Ontem foi a 1ª Primeira Consulta de Psiquiatria.
Digo 1ª porque em Julho regresso....
Ainda não "digeri" muito bem a consulta.
Nos 30 minutos de espera no hospital dei por mim a fazer uma retrospetiva destes últimos anos.
Revivi cada vitória que consegui e cada derrota que sofri. Foram horas sem fim em hospitais e imensas hormonas a "massacrar" o meu corpo física e psicologicamente.
E para quê??
Olhei á minha volta e pensei: " Tanto dinheiro gasto, tantas lágrimas, tanto sofrimento, para "acabar" na Psiquiatria."
Infelizmente foi onde a Infertilidade me levou.
Sinal de fraqueza? Sinal que não soube gerir as emoções? Não sei...
Há dias que penso que sim, que devia ser mais forte. 
Mas, sinceramente, a maior parte dos dias acho que não. 
Como humana que sou é mais do que normal que as feridas estejam cá.
Como humana que sou é mais do que normal que me deixe consumir pela tristeza e pela raiva.
Como humana que sou é normal que me sinta cansada.
Na verdade estou cansadíssima. Sinto um cansaço mental que não sei muito bem como e quando vai passar.
A Drª P entendeu que , apesar de em dose baixa, devo tomar medicação. 
Ainda não tive coragem de ir á Farmácia.... 

06 junho 2017

Faz Hoje um ano...

Faz hoje um ano que fiz transferência de embriões.
Há um ano atrás ainda me parecia possível realizar o meu sonho.
Tinha transferido 2 embriões de boa qualidade e ainda me restava pelo menos um tratamento no Público.
Há um ano atrás tudo me parecia possível.
Estava na minha 4ª FIV, na minha 5ª transferência de embriões. Acreditava que podia ser a altura, que depois de 3 abortos e tanto sofrimento podia ter chegado finalmente a minha vez.
Mas não chegou. 
Entretanto já fiz a 5ª FIV, que também não correu bem.
Preferia a época da esperança, em que acreditava que na próxima ia correr bem.
Preferia a época em que me permitia sonhar, que um dia poderia andar a comprar um carrinho de bebé.
Preferia a época em que acreditava que um dia ouviria a palavra Mãe, e seria para mim.
Mas essa época passou. 
De momento já não me permito sonhar. 
De momento permito-me apenas chorar pelos 3 filhos que perdi.
Há quem me ache doida, que eram apenas embriões, que "não eram nada" como já cheguei a ouvir.
Para mim eram os meus filhos.

03 junho 2017

Junho....40 anos

Chegou o mês de Junho. 
Chegou o mês que me assombra há uma infinidade de tempo.
Chegou o mês em que faço 40 anos.
No dia 1 tive consulta de Psicologia. No próximo dia 8 tenha a 1ª de Psiquiatria.
No dia que antecede uma consulta digo sempre a mim própria: "Amanhã não vais chorar baba e ranho outra vez"..Mas até agora não resultou...
A Drª M começou a consulta perguntando apenas: " Como se sente?". 
Respondi: " Com Raiva. Muita raiva e muita dor. Sinto que tenho um silvado no meu peito que me pica diariamente."
E é mesmo isto que sinto.
Tive uma fase em que só sentia tristeza. Agora, a tristeza não passou mas a raiva predomina. Tenho uma raiva enorme por "algo" que não é atingível. Tenho raiva do destino.
Tenho uma angústia permanente dentro de mim que não consigo explicar. É o tal "silvado" que me causa dores permanentes.
Tal como disse á Drª M gostaria de passar um dia que fosse sem me "lembrar" que sou infértil.
Gostaria muito de dizer que estou melhor, que estou a  "aceitar" a minha condição e que me sinto a evoluir. 
Mas não é verdade. Não me sinto a evoluir. A Drª M partilha dessa opinião.
Ao fim de uma hora com a Drª M ela questionou: " Tem uma TEC para fazer mas nunca fala nisso. Porquê?".
Não tinha reparado nisso até ela o mencionar, mas respondi de mediato: " Durante anos a minha corda de salvação foi o próximo tratamento. Quando me vi sem próximo afundei. Agora não quero fazer da TEC  a minha corda. Até agora cai num riacho, depois posso cair no mar e não conseguir sair."

26 maio 2017

Braga Romana - Reviver Bracara Augusta

Na passada Quarta Feira começou a 14 ª edição da Braga Romana.
Até Domingo são muitas as animações culturais no centro histórico de Braga.
No site oficial encontram todas as informações necessárias:
http://bragaromana.cm-braga.pt/
Hoje, Sexta Feira é o desfile, considerado o ponto alto da Braga Romana, em que os participantes se vestem a rigor.
Vale a pena visitar Braga por estes dias nem que seja para comer um pão com chouriço e beber uma sangria!


Pão com chouriço


Meu crepe a ser feito












Coroas de Flores

13 maio 2017

Da Psicologia à Psiquiatria...

No dia 4 de Maio para além da consulta de Infertilidade, tive também consulta de Psicologia.
No final, a Drª M diz-me que voltarei lá em Junho.
De seguida diz-me que na opinião dela deveria ter uma consulta de Psiquiatria. Como????Psiquiatra??A Infertilidade para além de tudo pôs-me maluca????
"..Não a sinto melhor...".Fiquei em silêncio. A Drª M "leu" os meus pensamentos e lá me explicou que a intenção não é dar-me medicação, que a Drª X até e contra a medicação e só a passa mesmo quando necessário.
Efetivamente, a palavra Psiquiatra assustou-me e pensei logo que não quero andar "dopada". A dor é muita, mas ela não vai desaparecer se me "entupir" de medicação.
A Drª M tem medo que desenvolva uma depressão reativa a todos os acontecimentos dos últimos anos.
Na minha humilde opinião, se me aconselhou a ir para Psiquiatria, é porque acha que já a "tenho"...
Ás vezes pergunto-me se não será esse o desfecho o normal. 
Seria suposto "sair" de três anos e meio de Infertilidade sem nenhuma mazela?
Seria suposto ao fim de 6 Tratamentos com doses enormes de hormonas, 3 Resultados Negativos e 3 Abortos estar a mesma pessoa?
Tenho a certeza que não.
Não me considero uma super mulher mas também não me considero fraca.
Se há 4 nos atrás me dissessem que eu iria "passar" por tudo isto eu diria: Impossível. Desisto na primeira derrota.
Mas não desisti. 
Lutei até onde pude.Olhando para atrás, nem sei como em certas alturas me mantive tão firme.
A Drª M diz que não me posso culpar pelo insucesso porque fiz tudo o que pude. 
Eu sei que fiz. Mas mesmo assim, o insucesso não se torna "leve".
Tudo isto seria mais fácil se pudesse culpar alguém. Se pudesse despejar a minha raiva em alguém.
Mas não posso. Não tenho culpados para apontar. 
A única culpada aqui sou eu. Sou eu que não engravido. Sou eu que não consigo levar uma gravidez até ao fim.
Tento diariamente não me ir abaixo. Tenho, sem dúvida, muitas coisas boas na minha vida. Mas não é por isso que a dor e a tristeza de ser Infértil se tornam menores.
Ouço muitas vezes as pessoas dizerem: " Tudo acontece por uma razão". Tive até quem me dissesse isso quando abortei. Mas que raio de razão é esta que me impede a mim de ser mãe?
Há dias que passam na normalidade. Há outros que sinto algo dentro de mim a "rasgar-me".
A dor é muita. 
A tristeza é muita. 
O sentimento de impotência é avassalador.
Perdi uma guerra contra um inimigo invisível. Não tem nome. Não tem rosto. Mas ganhou!




06 maio 2017

Desapego

"....Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário....
Perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...."

Fernando Pessoa

04 maio 2017

Decisão Tomada

E pronto...até Setembro não faço TEC.
Consulta marcada para o dia 6 de Setembro.
Disse á Dra. exatamente o que sinto: não me sinto com capacidade para avançar já com a TEC.

02 maio 2017

Dia da Mãe

O dia da Mãe está a chegar.
Ainda tenho a minha mãe junto de mim, e agradeço por isso.
No entanto não vou mentir: já não consigo "ouvir" falar do dia da Mãe. 
Para cada lado que me viro há publicidade do dia da Mãe.
Ligo o rádio ou a TV, e falam do dia da Mãe.
Estou na fila do supermercado, e a conversa é a Festa do Dia da Mãe no colégio.
Sei que posso parecer insensível, mas estes dias só me apetece "gritar". Não com alguém especifico, mas com o destino que decidiu que eu não devia ser Mãe.
Se pudesse, não saia de casa até o dia passar.
Sei que não mudaria nada, mas é o que me apetece fazer.
Com tudo isto, não me sai do pensamento, que tenho de contar aos meus pais que nunca lhes darei um neto. E não sei como... Falta-me a coragem...

26 abril 2017

Está Quase...Ou não...

O tempo voa.
Falta apenas uma semana para a consulta.
Falta apenas uma semana para ter de decidir se avanço em Junho com a TEC.
Há dias em que digo que sim, vou avançar. Outros digo não.
Ainda não tomei uma decisão definitiva, mas quase.
Desde Dezembro de 2013 que "vivo" em função da Infertilidade.
Condicionei tudo em função dos tratamentos. Não me arrependo. Fez tudo parte da luta por um sonho: ser Mãe.
Mas, decidi que chega.
Estou "atolhada" em trabalho. E assim será até Julho.
Em Junho faço 40 anos e não quero passar a data na angústia do "e se..".
Já chegou o ano passado, em que fiz o Beta no dia seguinte.
Na altura não tive escolha, mas este ano tenho.
Em Junho há feriados que convidam a uma " escapadinha". E é isso que vou tentar fazer.
Acho que vou "fugir" no meu aniversário.
As pessoas perguntam-me se vou fazer festa por ser a idade que é.
Não tenho vontade de festejar. Para mim 40 anos significa o fim da linha.
Estou viva, tenho saúde e muitas coisas boas na vida. Mas, neste momento estou de "luto".
Para além de tudo isto, há ainda o motivo principal: não me sinto com forças para passar por outro tratamento já.
Não estou decidida a 100%. Estou a 90%.....


21 abril 2017

Sentimentos #2

Acho que o destino anda mesmo decidido a fazer-me sofrer.
Andava há quase uma semana com uma unha partida. Hoje decidi-me a ir arranjar.
Até aqui tudo bem.
Estavam lá duas clientes. Em menos de 1 minuto percebi o tema da conversa: filhos.
Decidi que tinha de sair dali. Disse que voltava mais tarde, mas a menina disse-me que lhe dava mais jeito naquele momento.
E pronto. Estive ali 15 minutos a ouvir falar de:
  • como é fantástico ser mãe
  • como engravidaram no mês em que deixaram a pilula, e que até nem queriam assim tão rápido ( Quando ouço isto dá-me vontade.... nem sei de quê .....)
  • gravidez
  • parto
  • amamentação
  • etc etc
Não abri a boca. Não consegui sequer esboçar um sorriso quando se dirigiam para mim a falar.
Simplesmente não consegui.
Não quero ser má. Ninguém adivinha. Mas não sou de ferro.
Durante aqueles (longos) 15 minutos tive que me conter para não me caírem as lágrimas.
Sai de lá a pensar que tinha escolhido a hora errada para lá ir.
A realidade, é que não há horas certas e erradas. Há mulheres com filhos e mulheres sem filhos.
E o destino quis que eu pertencesse ao grupo das "sem"...

17 abril 2017

E assim foi a Páscoa

Confesso que não foi um dia muito bom.
Acordei cedo. Ando novamente a dormir mal.
Decidi ir espairecer e fui fazer uma caminhada. Foram 15 Km. Só eu e a minha música.
Como previsto, fui almoçar com a família
Quando cheguei já lá estava grande parte da família.
Como é óbvio, muita gente significa muito barulho.
Cumprimentei toda a gente e "fugi".
Tive necessidade de estar em silêncio. 
Dei uma volta pela quinta para relaxar.
Percebi, que não consegui disfarçar. A pergunta que mais ouvi foi: " Esta tudo bem. Estás muito calada hoje."
E claro, levei uma "facada".
Já no final da refeição peguei no "puto" pequeno que estava a pedir colo.
Quando brincava com ele lá ouvi: " Quando arranjas o teu e paras de brincar com o dos outros".
Só contei á 2ª geração da família: os primos. Ontem percebi que vou ter de alargar rapidamente á 1ª Geração: tios.
Na hora gelei. Não respondi. Ainda pensei responder: " Aproveito para comunicar que não posso ter filhos. Eu quero, mas não posso. ok?". 
No mesmo instante decidi não o fazer. Não seria correto os meus pais saberem ali, daquela maneira.



15 abril 2017

Uma Nuvem Negra

Hoje sinto uma nuvem negra "por cima " de mim.
Amanhã é Páscoa, o que significa almoço em família.
Adoro a minha família. Isso é indiscutível.
Mas, nos últimos dias já pensei muita vezes em inventar uma desculpa para não ir.
Todos que estarão na mesa são pais e mães. O meu marido inclusive.
Todos terão os filhos ao lado. Menos EU!
Serei a única! Estou sem dúvida a atravessar a minha pior fase.
Amanhã serei o ALF , o único ser estranho, que não tem filhos.
Estou a precisar de forças e já não sei onde ir buscar....

"A Força não vem da capacidade física, mas sim da vontade indomável." - Gandhi


13 abril 2017

Revolta

Desde ontem que ando nostálgica.
Ontem uma "companheira" de luta teve um BetaHcg negativo.
Não consigo evitar ficar revoltada. 
Sei bem o sentimento de impotência que se sente, ao ver o 0.0 no resultado da análise. 
Os primeiros dias entra-se numa espécie de "transe". Depois, vem a revolta. Eu, estou nessa fase.
Tenho que me resignar ao destino. Tenho que viver com a infertilidade. 
Isso eu sei.
Mas, também tenho o direito de estar revoltada. E sim!!Estou muito. 
Por mais que tente, não consigo entender qual a justiça neste destino, que me (nos) faz sofrer tanto.
Não percebo hoje e tenho a certeza que nunca irei perceber.
Não consigo perceber que destino acha correto, que após tanta medicação, tanta dedicação, tanto esforço e dinheiro gasto, nos impede de sermos mães.
Eu bem tento mas está muito difícil!!!
Neste momento dentro de mim só tenho Revolta.




09 abril 2017

Escócia

Há muito tempo que sonhava visitar a Escócia. Há quatro anos atrás rumamos a Edimburgo.
Chegamos no dia 29 de Março e apesar do sol, o frio era muito.
Ficamos alojados no Hotel Apex City. Recomendo vivamente este hotel. Bastante central e adorei o pequeno almoço.
Edimburgo é uma cidade grande, no entanto a maior parte das atrações turísticas estão no centro.
Iniciamos a nossa visita pelo Castelo de Edimbrugo que é um ícone nacional e a atração mais popular do país.
Ao longo da sua história teve diferentes papéis: palácio real, quartel, prisão e parlamento.
O Castelo está situado no topo de um rochedo vulcânico e pode ser visto de quase todos os pontos da cidade.

 

A vista do castelo é fantástica.




A rua mais histórica da cidade é a Royal Mile, que se estende desde o Castelo de Edimburgo até ao Palácio Holyroodhouse.
Tem cerca de 2 Kilómetros e tem muitos artistas de rua ao longo do seu percurso.







O monumento feito em honra do escritor Sir Walter Scoot tem 60,9 metros de altura.


Calton Hill é uma colina situada no lado leste da cidade. Nela estão diversos monumentos históricos, o que faz com que seja chamada de "Atenas do Norte".
O Monumento Nacional (National Monument)  semelhante a um panteão, foi criado em memória das vitimas das Guerras Napoleónicas.




O monumento a Nelson (Nelson Monument), foi construido em homenagem ao vice almirante Nelson depois da sua vitória e morte na batalha de Trafalgar.



O Observatório da Cidade ( Old City Observatory) começou por ser o modesto observatório de Thomas Short.








Edimburgo é uma cidade cuja "espinha dorsal" foi construida sob uma coluna de rocha formando a rua principal da Old Town- Royal Mile. Ao longo desta rua foram "crescendo" uma série de becos por conta do declive formado pela rocha.
No século XVII, um advogado era dono de muitos prédios num dos maiores becos e deu-lhe o nome da filha Mary.
É possível fazer uma visita à Mary King´s Close (beco), selada em 1646 após os moradores terem morrido de peste.
Existem vários mitos á "volta" destes becos, que eram usados para quarentena dos doentes com peste.






Nós somos adeptos de andar a pé nas cidades,achamos que se sente mais o espírito.
Para quem não pode, ou não gosta, existem os autocarros turísticos.


Após 2 noites em Edimburgo rumamos a Inverness.
Ficamos alojados no hotel Glemoriston Townhouse.


A "Capital das terras altas", é um centro de comércio animado situado abaixo de um castelo vitoriano. O campo de batalha de Culloden fica perto.







Fomos uns sortudos nesta viagem , pois o Sol nunca nos abandonou. O dia em que rumamos ao Loch Ness não foi exceção e permitiu-nos ver paisagens lindíssimas.


 

A caminho visitamos as Foyers Falls. São jorros de água branco-amarelada a caírem num lago negro, escondido na floresta.






Fizemos um passeio de barco pelo Loch Ness e adoramos!!






Visitamos um memorial em honra dos soldados falecidos durante a segunda guerra.





A última noite ficamos em Stirling alojados no hotel Stirling Highland.
Stirling é uma das cidades mais antigas da Escócia. Aqui travaram-se importantes batalhas da história do pais: a batalha de Stirling Bridge (11 de Setembro de 1927) e a batalha de Bannockburn (24 de Junho de 1914). Em ambas, as tropas escocesas derrotaram as inglesas.
O centro de Stirling é pequeno.
O Castelo de Stirling, a igreja de Santa Rude e a prisão estão no centro.
O monumento de William Walace fica mais afastado.
Esta torre, de 75 metros, foi construida em 1869 em homenagem a William Walace e a sua corajosa luta pela independência da Escócia (história retratada pelo filme Braveheart ).
Infelizmente não conseguimos ir visitar. Apenas tiramos uma fotografia desde o Castelo.


O imponente castelo fica situado no topo de um rochedo.



Quando falamos em Escócia todos nos lembramos dos Kilts e de Whisky. Mas, a Escócia é muito mais que isso e tem paisagens e monumentos fantásticos. 
Como é evidente não tivemos tempo de visitar todos ( nem lá perto) os castelos existentes na Escócia.